Quarta-feira, 22 de Dezembro de 2004
e tem estado a preparar cuidadosamente as suas listas de estreias e edições dvd favoritas de 2004. para já fica a conclusão de que em termos de filmes estreados em portugal o ano não foi tão desastroso como parecia à primeira vista. estes são os discos que têm acompanhado o processo de selecção.
jorge:
vários a john waters christmas
(2004)the arcade fire funeral
(2004)the united states of america the united states of america
(1968)sam & dave double dynamite
(1967)blues explosion damage
(2004)marco:
vários the million dollar hotel - music from the motion picture
(2000)graeme revell the crow - original motion picture score
(1994)tom waits real gone
(2004)neil young greatest hits
(2004)nick cave & the bad seeds the boatman's call
(1997)
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Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2004
um filme de
marc forstercom
johnny depp,
kate winslet,
radha mitchell e
julie christieestados unidos, 2004
imdbgostei imenso de
big fish, de
tim burton, mas depois de ver este
finding neverland, não posso deixar de pensar que burton fez o filme errado. finding neverland tem tudo para ser um filme de burton, incluindo o que faltou em big fish: johnny depp. quem ficou a ganhar foi o realizador marc forster que com alguma sorte com este filme não é preciso muita! se habilita a marcar presença na próxima cerimónia de óscares.
forster já tinha dado nas vistas com o anterior
monster's ball, mas é agora com finding neverland que o seu nome começa a ganhar significado. o argumento, da responsabilidade de
david magee, surge da adaptação da peça
the man who was peter pan, de
allan knee. no centro da narrativa está
james matthew barrie, de cuja imaginação saiu a peter pan, mas finding neverland não é bem um
biopic, porque o filme revela mais sobre o acto de criação da célebre personagem do que sobre o seu autor. mesmo para período de tempo em questão, os factos são adulterados para conveniência narrativa.
tudo começa em 1903, em londres, na noite de estreia da mais recente peça do consagrado dramaturgo escocês j.m. barrie. a peça é um desastre e charles frohman, o dono do teatro, precisa de outra peça para pôr em cena em substituição. barrie não tem trunfos na manga e tem de começar algo a partir do zero. um dia, durante os seus passeios em kensington gardens, barrie trava conhecimento com a família davies, composta pela viúva sylvia e os seus quatro filhos: jack, george, michael e peter.
barrie é casado e a sociedade da época é o que se sabe, mas nada o impede criar uma estanha intimidade não só com sylvia, mas também com quatro rapazes. é desta intimidade, das suas constantes visitas à casa dos davies, dos seus passeios e piqueniques, das suas brincadeiras com os rapazes, que de pormenor em pormenor se começa a construir a peça que o imortalizaria.
finding neverland arranca inseguro e tropeça aqui e acolá, principalmente ao não dar crédito à capacidade de observação do espectador. alguns excessos de exposição visual que dá à imaginação de barrie exemplo: os davies a sair a voar pela janela do quarto eram escusados; a familiaridade com a história de peter pan e a soberba interpretação de depp são mais do que suficientes para vermos a realidade pelos olhos de barrie, mas forster cai no óbvio e esfrega-nos na cara o que devia ser a nossa imaginação a ver.
ainda assim, e ainda que seja um filme que quase pisa o risco da lamechice, não deixa de ter a magia das histórias de encantar. de outra forma não poderia ser, afinal de contas, estamos a falar do peter pan... o mínimo que se pedia era que essa aura fosse transversal às duas obras. e não só o é, como o é muito para além do que o mínimo pedido.
(6/10)marco
Terça-feira, 14 de Dezembro de 2004
o zombie gostaria de desejar a todos os clientes e amigos um santo natal. cinco sugestões para entrar no espírito da época:
black christmas, de
bob clark (1974)
silent night, deadly night, de
charles e. sellier jr. (1984)
christmas evil, de
lewis jackson (1980)
el dia de la bestia, de
álex de la iglesia (1995)
silent night, bloody night, de
theodore gershuny (1973)
além do melhor retrato cinematográfico alguma vez feito das compras de natal:
dawn of the dead, de
george a. romero (1978)
boas festas.
jorge
Segunda-feira, 13 de Dezembro de 2004
teenagers from outer space (1959)
de
tom graeff, com
david love e
dawn benderprodução de calibre z feita com o dinheiro que o realizador/produtor/argumentista/director de fotografia/editor/compositor da banda sonora/actor secundário/responsável pelos efeitos especiais/namorado do protagonista tom graeff tinha para jantar nesse dia, e sem um teenager que se veja num raio de pelo menos 50 quilómetros. uma raça extraterrestre prepara-se para utilizar a terra como pasto para os gargons, uma espécie de lagostas assassinas gigantes das quais se alimentam. derek, apesar do nome improvável, é um desses
aliens mas está farto da falta de respeito da sua raça pelos outros seres vivos. por isso troca o disco voador por um quarto alugado em casa de betty e do avô. no seu encalço vai thor e o seu raio da morte, que transforma instantaneamente os seu alvos em esqueletos, completos com gancho na cabeça para, vocês sabem, pendurar com facilidade. segue-se romance, sacrifício heróico, e o inevitável confronto com um gargon, que parece ter saído directamente dos aquários da
portugália, enquanto a câmara de graeff acaricia repetidamente as feições do nosso herói. os diálogos são atrozes, os actores foram recrutados entre a vizinhança e os efeitos são péssimos mas o que é que querem que eu faça? não consigo resistir a uma boa lagosta assassina gigante.
(4/10)one million ac/dc (1969)
de
ed depriest, com
susan berkely e
billy wolfok, vejamos:
catfight entre mulheres das cavernas em topless? presente. t-rex de plástico da loja dos trezentos? presente. relação bestial envolvendo homem em fato mau de gorila? presente. sexo lésbico? presente. pinturas rupestres obscenas? presentes. orgia jurássica? presente. desfloração com um pau? presente. como é possível que um filme combinando todos estes elementos seja tão intragável é algo que desafia a explicação.
edward d. wood, jr., em fase de declínio acelerado, assina o guião (que devia caber todo numa página) desta suposta comédia passada na pré-história, e que não é mais do que uma desculpa para alinhar uma infindável sucessão de cenas de (mau) sexo softcore. não haveria nada de errado com isso se o filme não fosse tão chato e desprovido de charme. o resultado é possivelmente o pior filme onde o tio ed esteve envolvido, e isto não é coisa que se diga de ânimo leve. se precisam mesmo de saber a história, é sobre uma tribo de homens primitivos encurralados numa caverna por um dinossáurio de brincar, que comem, têm sexo, inventam a flecha, desfloram a virgem, e voltam a comer. e uma mulher mantida como cativa sexual por um gajo vestido de gorila. eu sei. é difícil perceber o que pode ter corrido mal, não é?
(1/10)jorge
Sexta-feira, 10 de Dezembro de 2004
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